Pets e verão; cuidados com o calor

O verão brasileiro é conhecido por alcançar altas temperaturas. Se para os seres humanos pode gerar momentos de desconforto, os pets podem sofrer ainda mais com o calor excessivo. Isso porque os animais, geralmente, são mais sensíveis e não conseguem regular internamente a temperatura corporal.

 

A intermação é uma resposta sistêmica, causada por disfunções orgânicas, dentre elas a hipertermia. Nos pets, esta condição pode ocorrer quando são submetidos a ambientes muito quentes, como passeios ao ar livre com muita exposição solar, ou recentes casos em que cães foram resgatados dentro de automóveis.

 

“Um carro fechado vira uma estufa; em nenhuma hipótese o tutor deve deixar o bichinho preso ali dentro, ainda que seja por pouco tempo. Pode ser fatal”, alerta Aline Quintela, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Unime.

Ainda de acordo com a médica veterinária, isso ocorre porque, diferente dos seres humanos, os animais não realizam a autorregulação da temperatura, através da respiração. “Os pets transpiram através da boca e dos coxins, as almofadinhas das patas. Sempre orientamos a passear ou levá-los para as necessidades fisiológicas antes das 9h da manhã e depois do pôr do sol”, diz Aline.

As principais razões que levam ao aumento significativo da temperatura corpórea são exposição aos raios solares por muito tempo, exercícios físicos intensos em dias quentes e ficar em um local quente e abafado, com pouca ventilação. A médica veterinária explica como ocorre o processo de transpiração nos pets.

“Os cães e gatos praticamente não transpiram, e muitos possuem uma camada avantajada de pelos. Importante entender que eles trocam o calor com o ambiente por meio da boca e focinho, não têm glândulas sudoríparas. Se o ambiente também estiver quente, eles não realizam esta troca de forma saudável, o que resulta no acúmulo de calor.

Além disso, outros fatores também podem contribuir para que o animal tenha dificuldade de dissipar o calor, como a obesidade, obstrução das vias aéreas superiores e doenças cardíacas que diminuem o volume de sangue bombeado para o corpo e, consequentemente, impedem a troca de calor pela pele. Animais que possuem a pelagem escura absorvem mais o calor e sofrem mais debaixo do sol.

Para finalizar, a coordenadora cita os sinais de atenção que devem ser observados pelos tutores. “Se os animais estiverem expostos ao calor ou mesmo dentro de casa, mas se o dia estiver mais quente do que o normal, precisamos ficar atentos a respiração muito ofegante, desmaios, andar desequilibrado e até convulsões”, alerta, reforçando que o especialista deve ser procurado.

“A qualquer um desses sinais, contate um médico veterinário. Casos graves podem chegar a óbito”, conclui.

C.Turismo

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